quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Eu sou uma velha iludida, mano


Se existe hora mais inadequada pra querer algo tão estereotipado, é agora. As pessoas são bestas quando querem alguma coisa que não precisam, mas parece que precisam. E eu quero. Na lista das prioridades, não se encaixaria nem no top 30. Será que é por querer tanta coisa importante e diversa que por enquanto não dá, que a gente teima em sonhar com e querer loucamente o improvável?
Não admito, mas isso não quer dizer que não queira, nem anula o fato de ser ridículo.

Eu tô tentando falar de algo legítimo pra compensar a inutilidade, saca? Mas se a gente sente, é inútil?
É de verdade, é inútil, é ridículo... que mais? É ilusório, claro. Se a gente sonha não é em vão, se faz bem, se é poesia. Se é brega? Foda-se.

Mas como assim "verdade"? Mas como assim "importante"?

Pra compensar a preguiça de ir atrás de perspectivas novas com as próprias pernas, de ter uma cabeça com 20 anos, não mais idéias de 16 num corpo de 58 que fica no sofá amarelo enquanto as tardes de domingo escorrem pelo relógio
Tô fazendo coisas que eu não preciso, não me arrependo ainda. Mas faria diferente. Ainda dá tempo né.
Só que a gente é inacabado, é incerto, incoerente, besta e cego pro presente. Gente humana é assim, diz que racionaliza, que é o ó da escala evolutiva, mas sempre esbarra nessas questões de instinto e sentimento.
(Não é uma crítica, claro).

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