domingo, 24 de fevereiro de 2008

Mais um dia

Olhando as mãos, ouvindo o som que vem do corpo, as pernas se esfregam num ato contra qualquer coceira, aquela sirene lá em baixo, a respiração forte, alguns roxos no corpo, olhos molhados, saudade de casa, nuvens baixas no céu alaranjado, é sábado, na verdade é a segunda hora de domingo, mais uma decepção, mais uma noite sem amor, de pensamentos não ditos, a roupa que não é minha, eu sentada, pernas cruzadas, chuva lá fora, querendo sair, não daqui, é o superego berrando, é de mim que quero, sem pontos, sem finais, só vírgulas e reticências já que a minha vida essa noite não acaba aqui, no teclado prata não-meu, é só mais uma repressão, mais uma vez sem a liberdade que me queriam dar quando tiraram aquela barriga de mim, não pedi pra sair, talvez não apresente pra mais ninguém o mundinho, a terrinha, as coisas chatas, as minhas coisas, continuo olhando as mão e ouvindo as pernas...

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