sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Meu soluço, meus olhos fracos e minha companheira bochecha rosada e molhada



O ambiente frio, o cheiro assustador. Uma luz que não clareou o fim do corredor, o chorinho desesperado e recém-nascido embaçou meu olhar. A mesma face que aguentou tanta pancada agora se contorce com olhos molhados e boca cerrada. O tempo acelerou minha ida. O teto parecia desfocar, ir e voltar. Ao abrir os olhos balbucio "que estranho" logo respondido por um "ocorreu tudo bem, tá tudo bem". Mais duas lágrimas. E a cada chorinho recém-nascido há um desespero solitário num quarto triste. Nem Rita, nem Raul. É só uma serena frustração. Não vai ter os cabelos enroladinhos, nem olho azul. É só um injusto teste de fraqueza que estou completamente convencida que não tenho. E pode vir dor de todos os tipos, cores, raças, cheiros e indolores, pode vir qualquer coisa que eu estou preparada pra chorar e sobreviver porque como meus mutantes já disseram "quem sabe vive outra vez".

Nenhum comentário: