sábado, 17 de outubro de 2009

Daqui 30 anos vou dizer


que quando éramos jovens o céu bastava. Ele nos bastava porque tudo era simples e as noites eram longas contagens de estrelas cadentes.

- E agora? Nada basta?
Agora todos se escondem com vista para diferentes horizontes e mesmo assim habitam as mesmas lembraças e o mesmo velho céu com as mesmas estrelas cadentes esperando serem contadas pela saudade.
Olho o passado guardado nas fotografias e penso nas mudanças e distâncias. Precisamos mesmo de 30 anos?
Foram-se dois ou três e me deu essa saudade, mas ando sozinha demais pra contar pontos no céu.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

blá blá

Subterfúgios nunca saem de moda. Pretensas sutilezas ofensivas tomam o lugar do que supostamente deveria ser explícito. A dubiedade camufla o desabafo, e o protesto vem enfeitado de meias palavras, para que as carapuças sirvam bem nas cabeças alheias.
Pra bom escrevedor meia palavra parece bastar, mas nem pra bom entendedor um punhado de subjetividades jogadas fazem sentido. Cada um escreve pra si, querendo acertar um alvo.
Só queria avisar que não acertam, fica só o escrito pelo não dito mesmo.



sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

"Em 200inove"

Costumo desejar muito! As coisas... Não são tantas e a intensidade é proporcional ao tamanho da frustração pós-nãodeucerto. Tudo bem, tudo bem. Me contento em não ser acomodada e nunca querer ser igual sempre. Ok, mais dois semestres e tento de novo sem trocadilhos idiotas para coisas novas em anos novos.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

dois zero zero nove

Era uma vez uma menina que não sabia como era ser triste. (eu)
Nâo sabia como os outros podiam ser infelizes, com tanta coisa boa para ser feita. Não entendia como podiam ficar deprimidos por mais de dois dias. Simplesmente não entendia o pessimismo, a falta de fé. Muito menos como sentiam vontade de não viver mais.
E foi então que chegou o ano de dois mil e oito. E dois mil e oito foi o pior, o pior ano da vida inteira de 22 anos dela.

(sem drama)

Nenhuma grande perda: ninguém morreu, nenhuma tragédia. Não passei fome, não apanhei. Sem justificativas, então. Só posso por a culpa nas desilusões, nos desplanejos - os milhões de planos adiados, reformados, destruídos. As certezas descartáveis, as promessas reprometidas que me acabaram. Muito provavelmente algumas das minhas células nervosas estejam bioquimicamente desequilibradas, e eu as odeio muito por terem estragado meu ano.