sábado, 23 de fevereiro de 2013

Todas as alternativas


O moço do moto táxi diz: "se eu soubesse que era uma moça tão fina eu teria vindo de carro".

Você pensa:

a) Ele é um serial killer.
b) Ele vai entrar em algum matagal.
c) Até o moto táxi tá me zoando.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Clube da Luta


"- Ser despedido é a melhor coisa que nos pode acontecer - diz Tyler. - Assim a gente consegue sair do lugar e fazer alguma coisa na vida."
foi essa a primeira coisa que eu li quando abri o livro depois de ter acabado de sentar no ônibus, às 7:05 da manhã de hoje. tava grifado, emprestei o livro de uma pessoa que grifa (eu não grifo). Fight Club foi um dos melhores filmes que eu me lembro de ter visto, e agora depois de tanto tempo achei alguém disposto a me emprestar o livro - sensacional também.
6:30 eu acordei, fui lavar o rosto. enquanto escovava os dentes fiz uma meia dúzia de projeções futuras assustadoras e me deu vontade de chorar. me arrumei rápido, saí sem comer nada, com cara de choro e uma sensação bem ruim de que as coisas não iam mudar pra melhor. mas iam mudar.
sentei no fundo do ônibus com as mãos congelando, peguei o livro de dentro da bolsa, tirei o marca-páginas de lado e li essa fala do Tyler. tipo um soco.

sábado, 7 de abril de 2012

Sobre alemães e roteiristas de novelas

Imagine a cena:

Sexta à noite, festa da engenharia. Vou, porque, né, nada mais pra fazer em uma sexta à noite. E ando meio triste, muita coisa pra fazer na universidade, então vou tomar umas cervejas antes de ir pra festa. Eu e minha amiga começamos a falar em inglês, porque ela precisa treinar e eu bebi o suficiente pra não ligar se eu estou falando *muito* errado. Hora de ir pra festa, já depois de 3 ou 4 cervejas. Chegamos lá, mais cervejas pra não perder a dose dupla. Amiga sugere tequila, mas sou muito esperta e não quero morrer passando mal. :)

Vejo os alemães por perto. "Olha, aqueles meninos estão visitando o inf! Vou lá falar com eles!". Ótima ideia pra quem já bebeu o suficiente. Obrigada, álcool (sério, sem ironias). Puxo papo, em inglês, começamos a conversar. Me aproximo do mais bonito e mais alto, mais loiro e dos olhos mais azuis. Nos beijamos. Momento mágico (e alcoolizado), só lembro de flashes da noite. Hora de ir, combinamos de nos encontrar no parque no dia seguinte. "Mas 3 pm de verdade, ou 3 pm você vai sair de casa?" How cute... uma semana no Brasil e já sabe dos nossos hábitos de atraso. "3 pm de verdade". 

No outro dia, acordo depois da 1 da tarde. Banho, etc, já é 2h40. Não posso me atrasar, não dá tempo de comer. Vou pro parque, ele já está lá. Mas eu cheguei às 3 em ponto. Vamos passear, fazemos a rota turística padrão, redenção - gasômetro - Lima e Silva pra comer. Um bar com cervejas diferentes após a janta. "Tenho cerveja no meu quarto de hotel". Claro, porque só precisava de uma desculpa.

De manhã no Domingo: "Jantamos juntos?". Ok, eu respondo. Tinha almoço com amigos marcado. Nos encontramos pra jantar, and that's all. Todos cansados, cada um pra sua casa. 

Segunda-feira, sabiamente não digo a ninguém que estou ficando com aquele alemão lindo que frequenta a sala do lado. Vai que ele resolve agir como 90% dos homens e só me dar tchauzinho de longe (ou nem isso)? Entro na minha sala após as aulas da manhã. Cerca de 10 minutos depois, ele entra, me dá oi, me beija na boca e pergunta se vamos almoçar juntos. "Claro, quando for almoçar me chama". Meus amigos, meio chocados: "Quem é seu boyfriend? Por que eu sempre sou o último a saber das coisas?" "Viram que ela está namorando com um dos alemães da sala do lado? E é o mais bonito, ainda! Quer dizer, o cara é muito bem apessoado..."

E assim começou a semana mágica. Cada momento com ele eu vivia como se fosse o último. Cada vez que eu acordava do lado dele, eu tentava aproveitar como se fosse a última vez. Tentava capturar todos os detalhes dos olhos azuis-acinzentados, o sorriso fofo, o jeito que ele falava "hey you"... E eventualmente foi a última vez. "You know, you can't avoid it." "I know... but you can't blame me for trying." "No... no, I can't." E sorriu lindamente. 

Na despedida final... "So, you'll call me when you go to Europe, right?" "Of course. And you, call me if you ever come back to the Great Republic". Piadas internas. Risos. Bye bye, gorgeous german guy. 

Estamos trocando e-mails. Não e-mails apaixonados. E-mails falando do que acontece na vida. Coisas que temos que fazer, coisas que impedem que façamos outras... e como um sente falta do outro, eventualmente. Em pouco tempo, os e-mails param. Daqui uns anos, vou pra Alemanha. Não vou encontrá-lo. A última vez que nos vimos foi na parada de ônibus, ele entrando no D43. The end.

Obrigada por isso, roteirista maldito.

quarta-feira, 28 de março de 2012

a mania de relacionar coisas sem conexão

sabe quando a gente é criança e consegue dar aquele super grito ardido e ensurdecedor? hoje tentei, mas minha garganta de vinte e seis anos não deu conta.
tinha vindo aqui escrever algo sobre como eu gostaria que as pessoas fossem mais randômicas e despretensiosas, ou sobre como eu gostaria de ser menos exigente e mais apaixonável... mas tem habilidades que a gente vai perdendo com o tempo, aparentemente.
tem uns choros que surgem do nada, né?






(e tem umas coisas bobas que a gente só escreve onde sabe que ninguém vai ler).

domingo, 4 de março de 2012

eu me apaixono toda vez que eu vou lá naquele buteco, porque o cara perfeito mora lá. não me importa se a fama dele não é das melhores, se ele é casado ou se ele é a porra do dono do bar; ele é tímido e tem covinhas. não tem como ser indiferente a isso.
ele é o cara mais apaixonante da cidade.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Live for the right things...

Como devem saber, as colaboradoras deste blog são amigas de longa data e, atualmente, moram em cidades diferentes. Tentamos nos reunir todo final/começo de ano para colocar os papos em dia e fortalecer a amizade. Recentemente começamos uma linda tradição de estabelecer resoluções de ano novo, escritas em papeizinhos a serem lidos no ano seguinte. Em 2012 definimos uma resolução coletiva de ressuscitar o blog: s
elamos o acordo numa mesa de bar e na ausência de uma das indivíduas (como é mesmo o nome dela?), o que compromete um pouco a credibilidade da proposta. No entanto, no que depender de mim, ela está de pé ;)

Resolvi que o primeiro texto desse novo tempo vai ser motivacional, porque acabei de ler algo muito inspirador. Sempre gostei muito de citações, mas hoje em dia elas perderam um pouco a graça com esse monte de gente chata postando coisas copiadas. Apenas do facebook pra fora: vão lá, dão um Ctrl+C/Ctrl+V numa frase linda (Clarice Lispector, Caio F. Abreu), colocam uma foto com efeito vintage... mas pessoalmente continuam sendo irritantes, continuam não fazendo absolutamente nada pra melhorar a vida de ninguém, e o pior de tudo: continuam vivendo pelas coisas erradas. Mas o fato é que agora há pouco li essa frase (ironicamente no twitter) que me inspirou - pelo menos a escrever esse texto:

"Se há algo que você pode fazer, ou sonha que pode fazer, comece a fazê-lo. A ousadia traz em si genialidade, poder e magia. Comece agora."

(W. H. Murray, The Scottish Himalayan Expedition – atribuído a Goethe)*

Ler isso me deu uma vontade absurda de parar de gastar meu tempo vivendo essa vidinha idiota de "pode ser que aconteça alguma coisa boa no futuro, mas enquanto isso vou ficar aqui vendo mais um episódio desse seriado que saiu ontem". Me deu vontade de ter coragem de novo. A gente estabelece muitas metas, se frustra por não conseguir atingir a maioria delas e com o tempo vai desistindo das outras. Mas o bom é que existem livros, filmes, músicas e mesmo pessoas que te trazem de volta, que te fazem ter vontade de ser melhor. E foi assim que hoje eu falei pra mim mesma: vai lá ler sobre coisas realmente importantes, vai estudar, vai escrever de uma vez por todas o teu artigo do mestrado... Se compromete de verdade, vai atrás das coisas, não deixa pro mês que vem. Atreva-se a mudar a sua vida.


Uma das músicas que eu mais gosto (Sun Hits The Sky) , de uma das bandas que eu mais gosto (Supergrass), tem um trecho assim: "live for the right things... be with the right ones.":



Eu sempre lembro desses versos e penso que, pelo menos, com os "certos" eu já estou ;)





*o excerto é mais bonito em inglês:
"Until one is committed, there is hesitancy, the chance to draw back-- Concerning all acts of initiative (and creation), there is one elementary truth that ignorance of which kills countless ideas and splendid plans: that the moment one definitely commits oneself, then Providence moves too. All sorts of things occur to help one that would never otherwise have occurred. A whole stream of events issues from the decision, raising in one's favor all manner of unforeseen incidents and meetings and material assistance, which no man could have dreamed would have come his way. Whatever you can do, or dream you can do, begin it. Boldness has genius, power, and magic in it. Begin it now."


ps. Lembrei o nome dela: Ane, we love you

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Velhice emocional


Com o tempo você percebe que, mesmo aos 26 anos, você não aprendeu certas coisas sobre por exemplo: o amor. Melhor dizendo, sobre relacionamentos. Já que em alguns momentos da sua vida você para de acreditar que ele, o amor, realmente existe. Você por acaso viu o amor hoje? Porque eu tenho visto somente aparições fantasmagóricas me dizendo coisas absurdas, até mesmo em outros idiomas. Eu, depois de ter "amado" um cara e sentido todas as dores de estômagos possíveis [ para mim o amor não está no coração (que bobagem, nem no cérebro com seus neurônios idiotas) e sim no estômago com todas as borboletas existentes no universo ] aprendi muitas coisas sobre dores na cabeça, leia-se chifres, depois de ter amado outro cara e ter sentido a dor de quase ter sido mãe decidi: nunca mais quero namorar. Nessa altura eu já nem acreditava mais no amor. Passou dois dias e já tinha outro cara na área. Pra mim é fácil, ou melhor era fácil, encontrar alguém pra dividir meu dia ou meus links e tweets, scraps etc. Cansei, fiz a mochila e viajei. Me apaixonei por um cara mais novo, 6 anos mais novo e lindo. Tão lindo que dói ele não ter me quisto. Saí dessa com um choro n pelos ares de Santiago. Acho que era os sinais da velhice. Fiz a mochila de novo e me apaixonei outra vez, por um cara mais novo outra vez e não fui correspondida outra vez. Mas no alto do salto da velhice dos 26 anos fui lá e beijei o garoto. Eu não podia perder a oportunidade de tentar, afinal eu tinha gostado do cara. Namorei o cara, fiz a mochila e, forçada pelo destino, voltei. Deixei o maldito do meu estômago com as dores mais terríveis que jamais havia sentido antes. Hoje com metade do cérebro funcionando, já que a outra metade tenta me dizer todos os dias como sou burra em namorar um cara que mora em outro hemisfério, tento sobreviver. Capengando, totalmente sem talento para relacionamentos, chorando pelos cantos como uma verdadeira mulher burra de 26 anos, desempregada e tentando acreditar que um dia vai parar de ver fantasmas.

sábado, 2 de julho de 2011

é a menina de 21 que vos escreve

e eis que eu acho um texto emotivamente digitado no bloco de notas nos idos de 2007, armazenado em alguma pasta obscura deste pc abandonado. transcreve-lo-ei na íntegra, inclusive com a notinha/lembrete como título:


(só o dia que estiver bêbada).

ía ser pra sempre, parecia. oh.
não, não ía passar nunca (nas primeiras semanas).
um mês depois eu já nem lembrava. você só existia cinco minutos antes de eu dormir, quando meu pré-consciente inteiro aparece, todas as idéias vagam na minha cabeça - as ruins e as boas. não sei de qual das duas você fazia parte, mas ficava guardado ali, era ali que você existia. não me deixava mais triste, não chorava mais, não ficava mais acordada até às quatro pensando desgraças e procurando as respostas pras quais eu não sabia nem perguntar.(ou: sem nem ter perguntas)
assim até aquele dia, você descendo. e eu sóbria, cheia de razão.
meu corte novo não é bonito sem você pra elogiar, e dizer que eu tô muito magra vai pra academia. pode acender o cigarro aqui sim, dá a mão direita. tá cedo, não vai embora por favor.
fica aqui, deixa eu lembrar de como era, ainda gosto.


eu com 25 sou mais do mesmo: temas, expressões e motivos recorrentes.
ainda bem que a gente já tá em 2011, e hoje afirmo com orgulho que superei. haha

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Amado




Certa vez eu me apaixonei. De nome "amado" eu ficava na janela pra vê-lo passar. Ouvi seus sons, senti sua respiração. Enquanto a agulha arranhava o disco pediu silêncio, deu-me um adeus, mandou beijo pra velha. Ele passou. Era eu a Alice Underground da correspondência. Hoje ele tem chapéu e eu olhos escondidos que de longe apreciam a voz de veludo azul.

quinta-feira, 10 de março de 2011

A sina dos caras que me largam...

é cumprida imediata e exatamente nessa ordem:

começar a namorar uma feia
engordar
ficar idiota.

Portanto, pense bem antes de não me amar.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Darn that dream


Até uns anos atrás eu deitava na cama de noite e em 3, 2, 1 já tinha dormido. Quando não, fechava os olhos e ficava divagando sobre pessoas amadas e situações agradáveis... era simples e eu dormia rápido e feliz.
Agora não é mais assim: fico adiando a bedtime até a quando eu sei que vou estar tão exausta a ponto de cair na cama entrar direto no sono REM. Não faz bem pro meu corpo, mas minha cabeça agradece. Não gosto mais dos pensamentos que me aparecem quando eu apago a luz e penso no depois, ou no antes.
Acontece que hoje eu tenho um pequeno motivo pra deitar a orelha direita no travesseiro e não querer dormir à força. Um motivo bem pequeno mesmo, mas que me tira o medo de tentar delirar saudavelmente, como tem que ser feito.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Resumo do dia. III

- Tenho um imã pra homem mulherzinha.
- E eu que não tô imantada?

---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x--

- Acho que minha auto-estima tá de férias
- Ixi, tá passeando com a minha.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Resumo do dia. II

- O House é o homem da minha vida
mas ele não existe
=/

- Ah é? eu nunca assisti

- Ele é foda

- É médico, né?

- É, ele curaria seu joelho

- No final um médico acaba sendo o cara da vida de muita gente por aí


O.o ashiashisd

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Resumo do dia.

- Ai, cara... tô falando com o Fulano. Tô feliz aqui! hahahahahaha IDIOTA.

- hehe "feliz" huuuuuuuum aheuiasheiuhasd
eu gosto dele
ele é mais legal do que eu pensava hauisehaishad

- Viu viu viu
ahihiahia

- Mas não achava que ele era chato, só menos legal

- hahahaha entendi

- o contrário do Cicrano que eu achava que era chato mas é só menos legal haeuiasheiuhasiuehasiuhd

---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x--

- Nossa, uma massagem seria tudo na minha vida hoje
putz


- Na minha tb
digita isso no twitter
já aparece um doido

- hehehe aparece nada, só tem gay na minha timeline
HAIUEHASIUEHIAUSHEIAHIEH

---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x---x--

- Me diz, como é dar aula? o que me assusta são as perguntas que os alunos vão fazer. hiaihahiahia

- Me assusta também, mas se eu não sei eu falo que não sei e que vou pesquisar e contar na próxima aula. De boa.

- Massa.

- Ninguém é obrigado a saber. Quer dizer, tem coisas que é mas pra essas vocês vai estar preparada haeiuasheiuashd

- aoisdhiaihsdhiashioasohiasd

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

sobre como é triste quando se procura alguém e não se acha mais.

primeiro eu te encontro, e você é bonito e querido. descubro o quanto você é charmoso e encantador, e me acostumo com você nos fins de semana. passam-se meses, promessas e presentes, e eu te vejo cada vez menos. até que não te vejo mais. penso: denovo? me desespero, não adianta. daí eu me canso, me escondo, não te procuro mais e fica por isso mesmo.
você me esquece e, depois de algum tempo, corta inclusive os vínculos virtuais. sem mais atualizações, sem mais avisos de postagens novas. seu nome, antes em caps lock, fica agora bem discreto lá embaixo na lista, quase que fazendo um esforço pra eu não notar.
agradeço o esforço.
eu me esforço também, mas é que essa lua, esse conhaque... a comoção e tal. como já disseram por aqui "é tão difícil não ser ninguém para quem você mais queria existir".

já faz tempo, mas é a primeira vez que escrevo sobre você, inspiração de tantos textos que poderiam ser escritos.


tô enferrujada, perdi a mão. sinto falta de escrever sobre essas coisas complicadas que a gente sente por pessoas que não deveria mais e já faz tempo. me faz bem ter um blog de mulherzinha pra desabafar, ainda que ele não tenha sido atualizado esse ano ainda.